terça-feira, 7 de março de 2017

Lençois Maranhenses & Atins



Esse sassarico foi sensacional. Que lugar maravilhoso, Deus meu!

Para chegar na cidade de Barreirinhas é muito simples: em São Luis dá para encontrar vans que fazem o trajeto bem cedinho, tipo 5 da manhã e custa coisa de R$ 60,00 e te pega no seu hotel. 
Você vai bem confortável, parando em tudo que é ponto de ônibus, posto de gasolina ao som agradabilíssimo de Calypso ou Wesley Safadão. É isso ou vá para a rodoviária pegar busão normal, faça sua escolha.

Chegando lá, procure as agências de turismo por indicação. Todas elas praticam mais ou menos o mesmo preço, então veja com o pessoal do hotel quais as agências que eles recomendam para fazer os passeios (normalmente as que eles indicam vão buscar os hóspedes no próprio hotel).

Tem os passeios que são tudo meio igual: Lagoa bonita, Lagoa azul, Lagoa dourada... acho que conhecer uma lagoa tá óootimo, mesmo porque eu duvido que você irá querer ficar chacoalhando naquele jipe mais de uma vez.


Sim, o caminho de Barreirinhas para o parque dos Lençois demora uns 40 minutos e chacoalha pra caramba, às vezes até machuca. Na volta eu fui esperta e pedi para ir na cabine junto com o motorista, vai por mim, é bem menos sacolejante e você pode aproveitar para pôr o papo em dia com pessoal nativo enquanto isso.
 

 













Eu aconselho fazer o passeio para a Lagoa na parte da tarde, porque daí você pode apreciar o pôr-do-sol nos Lençois que é uma bênção!


 
 


















Passeio de barco no rio Preguiças

Outro passeio que vale muito a pena é a travessia do Rio Preguiças. É passeio de quase o dia todo, passa pelos pequenos Lençois, onde você pode tirar mil fotos nas dunas abrindo os braços, pulando, deixando a canga voar ao vento, você escolhe. Eu escolhi essa: 


Lá tem um vilarejo minúsculo chamado Vassouras, onde você pode comprar umas bugingangas legais, deitar nas redes ou olhar os macaquinhos safados. 


Seguindo viagem, o barco pára para almoço na praia de Caburé, lindíssima por sinal. Almoce numa imensa tenda de sapê, coma um delicioso prato de peixe cheio de areia e depois dê um mergulho naquele mar azul!






Próxima parada: a vila de Mandacaru. Tem um farol que você pode subir uma bela escada para ver a vista lá de cima

 

No outro dia você pode fazer o sobrevoo pelos Lençois. Custa um pouco de dinheiro, mas olha... vale a pena pagar mesmo que for para passar o resto da viagem comendo miojo e pão com ovo. Juro. E o piloto ainda faz aquela piadinha tipo "com emoção ou sem emoção"? Peça com emoção.
Não vou por fotos para não dar spoiler.

 
 

Atins - a pérola dos Lençois

Agora é só para os fortes. Confesso que tenho até ciúmes de divulgar esse lugar, de tão lindo que é. Atins é uma praia magnífica, roots, selvagem, maravilinda que fica depois de Mandacaru. É o final ou início do deserto, porém o barco do passeio não vai até lá.
Para chegar existem duas formas: vai até o cais de Barreirinhas e encontre um barco que desça o Rio Preguiças, porém sem as paradas.
Ou: Encontre, na praça de cidade um jipe que esteja fazendo esse trajeto (normalmente tem jipes que levam moradores/trabalhadores todos os dias).

Leve apenas o necessário - biquini, uma canga e uma escova de dentes. Chegando lá, eu aconselho ficar na pousada da tia Rita (eu prometi para ela que divulgaria a pousada na internet, viu tia, escrevi mesmo). É uma delicinha de lugar.
Lá você pode escolher um quarto individual, quarto com a galera, ou mesmo pegar uma rede e simplesmente ser feliz.







Veja o pôr -do-sol de cima da duna, tome um porre de Tiquira, dê um mergulho à noite sob a luz do farol de Mandacaru e aproveite para observar os plânctons brilhando no mar.


Se tiver pique, vá até o final da praia conhecer um lugar chamado Ponta do Atins. Tem um restaurante que, custe o preço que custar, COMA o camarão na brasa. Depois você me conta.
 

E foi assim que sem lenço, sem documento e descabelada, quase me perdi de tantos amores  💙💜💜💜💛💛


 Sassarique muito!! A vida é isso!!




Saco do Mamanguá - Paraty RJ






O Saco do Mamanguá é conhecido por ser o único fiorde do Brasil. Há controvérsias entre especialistas, alguns dizem que para ser um fiorde o mar tem que ter águas profundas e o máximo de profundidade alcançado nas águas do Saco é de cerca de 10 metros.

Esse fiorde tem comprimento de 8 km e largura de 2 km. Algumas pequenas e lindas praias. Algumas comunidades caiçaras com gente fofa e receptiva.

Lá a natureza é super preservada, a água do mar é morna e limpinha. A pesca é proibida, inclusive o pessoal projetou mecanismos que destroem as redes de arrastão quando elas passam no fundo do mar, lindo.






A luz chegou a pouquíssimo tempo, mas só para moradores. Veranistas não têm direito à luz elétrica ainda, mas eles dão um jeito puxando um "gato" do vizinho ou do caseiro.

Internet nem pensar, sinal de celular só Vivo vez ou outra. Para mim tá ótimo assim.

Se prepare para ter uma aventura no silêncio, com muito azul e longe de tudo que lembre de urbanidades. Para se locomover, pés ou remos. Se cair no mar à noite, dá para ver plânctons brilhando no escuro. Obrigada, Deuses.



Passeio recomendado:

Morro do Pão de Açúcar
Caminhada em subida de cerca de 1:30h. Os moradores dizem que eles fazem em uma hora. A trilha sai da Praia do Cruzeiro e não é absurdamente difícil. Tem umas partes mais íngrimes, principalmente no final, mas a vista compensa. Ô se compensa! Dá um look na vista que se tem de lá de cima:









Indo:

A pé: Existe uma trilha que sai de Paraty-Mirim até o Saco do Mamanguá. Nós não fomos por ela, mas os moradores de lá dizem que é meio "puxadinha". Demora cerca de 2 horas e tem algumas subidas e descidas, não recomendada se estiver com bagagem.

De barco: Pega-se o barco em Paraty-Mirim ou Paraty. De Paraty-Mirim, que é mais perto, demora cerca de 15 minutos se for em uma daquelas lanchinhas voadeiras. Custa em média R$ 130,00 por viagem, dá para dividir em umas 6 pessoas.
Se for em barco de madeira é um pouco mais barato, coisa de R$ 100,00, demora uns 30 minutos.

O carro:
Tem estacionamentos em Paraty-Mirim onde o carro pode ser deixado numa boa. Eles costumam cobrar R$ 10,00 por diária> Não é uma coisa que se diga: "nossa, como é seguro" mas o pessoal lá é bem tranquilo. O máximo que pode acontecer é você encontrar seu carro com enormes rajadas de cocôs de algum pássaro.


Dormindo:

Eis a questão. Se você for como eu e gostar de procurar lugar para ficar quando chega ao lugar, esqueça. Lá não dá para fazer isso porque as coisas são muito longe umas das outras. Tem que ir com a coisa acertada antes, vai por mim. Dizem que tem um camping, mas eu não vi, peguei um airbnb muito bom.
Os preços que eu levantei:
Hostel: R$ 110,00 por pessoa em quarto compartilhado se for quarto duplo é mais caro
Hotel Refúgio do Mamanguá - R$ 750,00 a diária por casal (a vantagem é que eles disponibilizam caiaques para os hóspedes poderem se locomover ao longo do Saco.
Casa da Tânia ou Thainá: (24) 99917-2113 ou (24) 99968-6847


Alimentando:

Não tem muita opção, melhor mesmo é levar. Achei essas duas do lado direito do canal, caso a larica fique braba:

Hotel Mamanguá Eco Logde - servem refeições e até que não é tãaaaao caro quanto parece.

Bar/mercadinho/pier do seu Zizinho - tem algumas porções e uma cervejinha gelada também. Não é tãaaao barato quanto parece.
Lá no seu Zizinho dá para conseguir barco também, eles fazem a travessia do canal por R$ 100,00 ida e volta e dá para dividir entre umas 6 pessoas.

Do lado esquerdo, na praia do Cruzeiro tem um restaurante também.




Feliz sassarico!





São Luís e Alcântara


          


Escolhi ir ao Maranhão porque imaginei ser um lugar onde se encontrasse de tudo um pouco: história aos montes, artes, coisas bonitas para se fotografar, praias, e de quebra um deserto. E não errei: dá para gastar pouco e ver muita coisa linda. Muita.

Os maranhenses são pessoas super alto-astral, adoram discutir política. Estão sempre cantarolando, assoviando ou batucando. As mulheres se vestem com roupas coloridas e usam seus cabelos naturais.

Foi um dos lugares que mais gostei de conhecer no mundo.


São Luís


 


São Luís tem diversas opções de turismo cultural, eu recomendo ficar hospedado no Centro Histórico e de lá dá para fazer tudinho a pé.
E andando pelas ruas dá para ir olhando e fotografando aqueles casarões antigos, os azulejos portugueses, as vielas charmosas... 

Uma coisa que eu adorei por lá: na maioria dos museus, você pode optar por visitar sozinho ou acompanhado de um guia. Geralmente são estudantes de história muito simpáticos que além de falarem sobre as obras podem ir te contando causos sobre a história do Maranhão e respondendo a todas as suas perguntas.

Outra coisa: você consegue ver muito bem o que foi a escravidão no Brasil através dos museus e da cultura local. Alguns casarões ainda mantém as construções com as senzalas e as alas destinadas aos escravos. Você acaba voltando para a sua casa um pouco mais culto, porém um pouco mais revoltado com a história do Brasil. Dá raiva mesmo.
 


Passeios recomendados:

Museu de artes visuais - Muito legal. Dá para aprender sobre a história dos azulejos, além da vida dos nobres portugueses que habitaram São Luís antigamente. Tem visita guiada.

Museu Cafua Mercês - A casa antigamente era um alojamento de escravos que chegavam ao porto e ainda não tinham destino, até serem comprados. Vale a pena olhar.

Museu de Arte Sacra - Dá para usar a visita guiada. Tem imagens de santos mas sinceramente achei a restaurações feitas um pouco carnavalescas. Confira e me diga.

Convento das Mercês - Ou melhor: Museu do Sarney. Confira e me diga.

Dança de Tambor de Crioula - Tente se informar pela cidade onde e quando pode-se ver uma balada de Tambor de Crioula. É lindo, é intenso, dá vontade de se jogar na roda e dançar até de manhã. O lugar que eu fui era demais, tinha até vista para o mar, desculpa.




Outros pontos bacanas para se visitar:

 
  • Igreja do Desterro 
  • Palácio dos Leões 
  • Teatro Municipal
  • Beco Catarina Mina
 















Alimentando

Achei um pouco complicado comer à noite, no centro histórico, tinham poucas opções, acho melhor sair cedo, mesmo porque o centro é meio perigoso depois que anoitece.
Mas de dia tem restaurantes ótimos por quilo com diversos pratos típicos deliciosos.
Camarão pra tudo que é lado, arroz de cuxá e outras delícias, suco de caju sempre natural além de claro, guaraná Jesus.







Alcântara


Quem Alcântara seus males espanta.
De qualquer lugar que estiver no Centro Histórico de São Luís, se quiser ia a Alcântara, desça as ladeiras. O cais fica lá embaixo, em frente ao terminal de ônibus, uma facilidade de encontrar. No cais dá para comprar o bilhete do barco para Alcântara. Saem diversos durante todo o dia, é só chegar. Mas é melhor ir pela manhã e aproveitar o dia. (Não acho que seja necessário passar a noite lá, um dia é suficiente para conhecer tudo).
A viagem dura cerca de uma hora e seria tranquila se não balançasse. Mano do céu, balança de-mais. Melhor não comer antes de ir, sério. Eu não costumo enjoar e tenho que confessar que não foi fácil. Se quiser tomar um Plasil ou coisa parecida, recomendo, porque o mar ali chacoalha tanto que dá para estragar o passeio.


Chegando lá, vá ao museu Casa Histórica de Alcântara, fica na praça matriz. É uma casa colonial preservada com móveis e objetos da época em que nobres habitavam a cidade. Paga um dinheirinho lá e faz a visita monitorada. Vale a pena.


Coma uma daquelas cocadas com maracujá que os moradores fazem e vendem pelas janelas das casas. É gostosa e aproveite pois parece que é o único lugar no mundo que existe esse doce.


Lá não faltam ruínas casinhas coloridas, igrejas e museus. Tem o museu da base aeroespacial e várias coisas antiguinhas fofas.




Não encontrei muitos lugares para comer, é tudo muito simples e lembre-se: melhor almoçar cedo e esperar um pouco antes de embarcar de volta.E dá-lhe Plasil!




Existe ainda uma fonte de 1700 e pouco e diversas ruínas para serem visitadas. O problema é que ficam em locais um pouco desertos e parece que ladrões andam rondando por ali à espera de turistas. Melhor não ir sozinho para esses lados.

Eu amei Alcântara! Só me arrependi de não ter comprado aquelas chaves antigas originais dos casarões, tão lindas!
Quem sabe da próxima vez.
Bom sassarico!